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sexta-feira, 1 de novembro de 2013

8 erros inconscientes que cometemos diariamente

Pensamos que nosso cérebro é muito esperto, mas cometemos erros inconscientes diariamente. Aqui estão algumas dicas para evitar isso

Os erros inconscientes são uma armadilha que caímos diariamente e, ao tentarmos evita-los podemos conseguir tomar melhores decisões em nossas vidas.
Infelizmente, a maioria desses erros acontece no subconsciente e, precisamos nos esforçar para evita-los. Além disso, é muito importante saber como nosso cérebro está programado para tomar decisões.
Dito isso, vamos dar uma olhada nesses erros que, muitas vezes, nem sabíamos que cometíamos e, entender como podemos evita-los.

#1. Nos cercamos de informações que correspondem às nossas crenças

Nós gostamos de pessoas que pensam como nós. Se concordamos com a opinião de alguém, estamos mais propensos a ser mais amigos dessas pessoas.
Enquanto isso faz sentido, significa que nós, inconscientemente começamos a ignorar ou rejeitar qualquer coisa que ameace nossas visões de mundo, uma vez que nos cercamos de pessoas que pensam como nós.
Isso se chama viés de confirmação. Se você já ouviu falar da ilusão de frequência, isso é muito similar.
A ilusão da frequência ocorre quando você compra um carro novo e, de repente você começa a ver o mesmo carro em todos os lugares. Ou quando uma mulher grávida começa a ver mulheres grávidas por todos os lugares.
É uma experiência passiva, onde o nosso cérebro busca informações que estão relacionadas a nós mesmos, mas acreditamos que houve um aumento real na frequência dessas ocorrências.
O viés de confirmação é uma forma mais ativa da mesma experiência. Isso acontece quando proativamente buscamos informações que confirmem nossas crenças existentes.
Em 2009, um estudo da Universidade Estadual de Ohio mostrou que gastamos 36% mais tempo lendo textos que se alinham com nossas opiniões.

#2. Acreditamos na ilusão do corpo do nadador

No livro de Rolf Dobelli, The Art of Thinking Clearly, ele explica como nossas ideias sobre talento e treinamento extensivo estão totalmente fora de propósito.
Nadadores profissionais não têm corpos perfeitos, porque eles treinam exaustivamente. Ao contrário, eles são bons nadadores por causa de seus físicos. A maneira como seus corpos são projetados é um fato para a seleção, não o resultado de suas atividades.
A ilusão do corpo do nadador ocorre quando confundimos os fatores de seleção com os resultados.
Outro exemplo são as universidades de alto desempenho: elas realmente são as melhores escolas, ou escolhem os melhores alunos, que são bons independentemente das escolas?
Nossa mente muitas vezes nos prega uma peça. E essa é uma coisa muito importante de sabermos.
Sem essa ilusão, metade das campanhas publicitárias não iria funcionar.

#3. Nós nos preocupamos com coisas que já perdemos

A razão pela qual não se pode ignorar o custo das coisas, mesmo que ele já tenha sido pago, é que estamos ligados a sentir a perda com muito mais força do que a vitória.
Assim como os outros erros a preocupação com a perda nos leva a ignorar os fatos lógicos apresentados e fazermos decisões irracionais baseadas em nossas emoções – mesmo sem percebemos que estamos fazendo isso.
Sendo uma reação subconsciente, é difícil evitar esse erro. Para isso, tente separar os fatos atuais que temos de tudo o que aconteceu no passado. Por exemplo, se você comprar um bilhete de cinema apenas para chegar a conclusão que o filme é ruim, você também pode:
  • Ficar e assistir o filme, para recuperar o dinheiro que você já pagou pelo bilhete, ou
  • Deixar o cinema e usar esse tempo para fazer algo que você realmente goste.
A primeira coisa a lembrar é: você não pode recuperar esse investimento. Ele se foi. Não deixe que seu julgamento prenda-o no passado.

#4. Nós prevemos probabilidades de maneira errada

Imagine que você esteja jogando cara ou coroa com um amigo. Você joga uma moeda, mais e mais, depois de adivinhar se ela vai virar em cara ou coroa. Você tem 50% de chance de estar certo por vez.
Agora, suponha que você já jogou a moeda 5 vezes e ela virou cara todas as vezes. Com certeza, na próxima jogada será coroa, certo?
A chance de ser coroa na próxima jogada deve ser maior, não é mesmo? Não é bem assim.
As chances da moeda cair em cara ou coroa é de 50% em cada vez. Mesmo que você tenha jogado a moeda mais de 20 vezes. As probabilidades não mudam.
A falácia do apostador é uma falha de nosso pensamento e, mais uma vez, provamos ser criaturas ilógicas.
O problema acontece quando colocamos muito peso nos acontecimentos do passado e confundimos nossa memória com a forma com que o mundo realmente funciona, acreditando que isso terá algum peso nos resultados.
De qualquer forma, achamos impossível aceitar maus resultados e insistimos até termos resultados positivos, independentemente das chances reais.
Não ganhou 1 mão a noite toda. Agora pague o que me deve.
Não ganhou 1 mão a noite toda. Agora pague o que me deve.

#5. Nós racionalizamos coisas que não queremos

Quantas vezes você já chegou em casa após comprar alguma coisa e se descobriu insatisfeito com as suas decisões?
Somos muito bons em nos convencer que compras inúteis e impensada são necessárias. Isso é conhecido como racionalização pós-compra ou síndrome de Estocolmo do comprador.
Dissonância cognitiva é o desconforto que temos quando estamos tentando agarrar 2 ideias ou teorias concorrentes.
Por exemplo, se pensarmos em nós mesmos como sendo gentil com estranhos, mas depois vemos alguém caindo e não paramos para ajudar, então temos pontos de vista conflitantes sobre nós mesmos: somos agradáveis com estranhos, mas não somos bom para quem caiu.
Isso gera tanto desconforto que temos que mudar o nosso pensamento para coincidir com as nossas ações. Em outras palavras, começamos a pensar em nós mesmos como alguém que não é bom para os estranhos.
Estar ciente desse erro pode nos ajudar a evitá-lo, prevendo que antes de agir – por exemplo, quando estamos considerando uma compra, que muitas vezes sabemos que teremos que racionalizar mais tarde.
Se podemos reconhecer isso, talvez possamos evitar.

#6. Tomarmos decisões com base na ancoragem

Dan Ariely é um economista comportamental, que falou ao TED sobre a irracionalidade do cérebro humano quando se trata de tomar decisões.
Ele ilustra esse erro em particular no nosso pensamento, com vários exemplos. O efeito de ancoragem essencialmente funciona assim: em vez de tomar uma decisão com base no valor puro para o investimento (tempo, dinheiro e assim por diante), nós tomamos com base no fator comparativo, ou seja, o valor de uma opção em comparação a outra opção.
Este erro é chamado de efeito de ancoragem pois tende a se concentrar em um determinado valor e compará-lo com nossas outras opções, vendo a diferença entre os valores em vez do valor de cada opção em si.
Eliminando as opções inúteis a nos mesmos quando tomamos decisões, podemos escolher com mais sabedoria.
Por outro lado, grande parte do problema vem de não sabermos muito bem nossas preferências.
Apesar de sabermos que nossas habilidades de tomada de decisão são duvidosas muitas vezes, é fascinante como o termo grátis pode nos afetar. Na verdade, grátis é uma das formas mais poderosas que podem afetar nossa tomada de decisão.

#7. Acreditamos mais em memórias do que em fatos

Nossas memórias são altamente falíveis. E, no entanto, tendemos a subconscientemente favorecê-las sobre fatos objetivos. A disponibilidade heurística é um bom exemplo disso.
Nós baseamos nossas respostas com base na probabilidade. Nossos problema em recordar fatos faz com que pensemos que eles não ocorreram e nós inconscientemente ignoramos os fatos em nossa frente.
Embora a heurística da disponibilidade seja um processo natural do nosso pensamento, 2 estudantes de Chicago explicaram o quão errado isso pode ser:
A evidência estatística confiável irá superar a heurística da disponibilidade.
Sempre que possível, olhe para os fatos. Examine os dados. Não baseie a sua decisão factual em seu instinto, sem pelo menos, explorar os dados objetivamente pela primeira vez.

#8. Nós prestamos mais atenção nos estereótipos do que no que fazemos

O engraçado sobre esses erros, especialmente os relacionados à memória, é que eles estão arraigados.
A mente humana é tão apegada a estereótipos e tão distraída com descrições vívidas que vai aproveitar-se delas, mesmo quando elas desafiam a lógica, e não os fatos realmente relevantes.
Em 1983, Kahneman e Tversky testaram como o pensamento humano é ilógico, descrevendo a seguinte pessoa imaginária:
Linda tem 31 anos, solteira e muito brilhante. Ela se formou em filosofia. Como estudante, ela estava profundamente preocupada com as questões de discriminação e justiça social e também participou em manifestações antinucleares.
Os pesquisadores pediram que as pessoas lessem essa descrição e, em seguida pediram para responder a pergunta: qual alternativa é mais provável:
  • Linda é bancária.
  • Linda é bancária e ativista do movimento feminista.
Aqui é onde a coisa pode ficar complicada de compreender. Se a resposta for a segunda opção, a primeira também será verdadeira. Isso significa que a segunda resposta não pode ser a resposta para a questão da probabilidade.
Infelizmente, poucos de nós percebem isso, porque estamos dominados pela descrição mais detalhada da segunda alternativa.
Além disso, como a citação apontou, os estereótipos estão profundamente enraizados em nossas mentes que nós inconscientemente aplicamos isso a todas as pessoas.

Ser irracional é normal

Claramente, é normal sermos irracionais em alguns momentos e pensarmos ilogicamente. Especialmente quando a linguagem funciona como uma limitação para o modo como pensamos.
Ainda assim, é preciso estarmos cientes das armadilhas que muitas vezes caímos quando tomamos decisões.
Isso pode nos ajudar a, pelo menos reconhecer alguns erros e, até mesmo evita-los.
Você já se deparou com algum erro interessante que cometemos por conta da nossa forma de pensar? Deixe-nos saber sobre eles nos comentários.
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Este artigo foi adaptado do original, “8 Subconscious Mistakes Our Brains Make Every Day – And How To Avoid Them”, da FastCompany.

Fonte: Jornal do Empreendedor

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