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sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Existem duas maneiras de encarar a vida: por treino ou por apego

Entendo que é bem difícil gerenciar a si e a própria vida nos dias atuais. Com as inúmeras responsabilidades que assumimos, muitas vezes chega final de semana atrás de final de semana, mas nunca sobra um tempo pra gente. Tudo acontece ao mesmo tempo, enquanto tentamos nos encontrar dentro do turbilhão. Se não bastasse tudo isso, como todos nós vivemos uma “vida loca”, nos estressamos em cada relação. Basicamente porque um não compreende o outro. Seja na vida amorosa ou no trabalho, as relações estressadas só destroem a saúde de quem está dentro dela. De que vale isso, ou melhor, como lidar melhor com isso? Se nos apegamos a quem parecemos ser, vamos até as últimas consequências para fazer valer a nossa vontade. Se assumimos que tudo é um treino, nos posicionamos distantes da situação e ao mesmo tempo dentro dela, para treinar apenas o nosso espírito.

TREINO, TREINO, TREINO
Não existe outra explicação melhor sobre a vida, do que aquela que diz que tudo não passa de um treino para a nossa moral, nossa ética, enfim, para o nosso caráter. Se você possui um plano de adquirir virtudes ao longo da vida enquanto elimina seus vícios, é extremamente natural que passe talvez toda a sua vida em conflito. Vai ser gente reclamando da sua impaciência, quando você já chegou ao extremo da paciência e não aguentou. Vai ser computador quebrando justamente na hora em que você pensou que tinha aprendido tudo sobre ele. É incrível, mas parece que a vida nos empurra sempre para o próximo nível de treino.

Existem algumas virtudes que são básicas para treinarmos. Isto, é claro, se tivermos a intenção de nos tornarmos melhores seres humanos. Apesar de básicas, não são nada fáceis. Levanta a mão quem consegue controlar os pensamentos e tem domínio total da sua mente? Quem consegue dominar cada palavra e cada ação que profere? Ainda: quem tem paciência e tolerância em nível máximo que possibilite sempre viver equilibrado? É difícil dominar nossos pensamentos, nossas ações, ter tolerância por tudo, além de paciência, fé inabalável e equilíbrio.

Lendo livros sobre neurociência, constato que realmente toda a ilusão que eu pensava viver, realmente é real. Lembra do filme Matrix? Vivemos justamente aquilo que se passa no filme. Toda a nossa máquina é concebida para economizar energia, então para que raciocinar toda vez que vamos dirigir um carro se podemos automatizar a tarefa? Para que sentir o cheiro de todas as flores do campo, se podemos automatizar isto e ignorar este fato? Nosso cérebro simplesmente nos diz: “Ok. Flores. Aquele cheiro lá. Beleza. Próxima mensagem.” Uma criança com um ou dois anos de idade parece estar tão desperta porque ela está realmente acordada! Ela prova tudo. Ela vê todas as cores. Ela sente tudo. Cheiros novos. Superfícies novas. Pessoas novas. Expressões novas. Sons novos. Porém, com o passar do tempo, ela também se apega.

Ao invés de realizarmos, que estamos concretamente vendo o mundo através de um único ponto de vista meio embaçado, assumimos que o nosso corpo e a nossa posição social são reais. Mas porque será que várias pessoas de sucesso nos pedem que vivamos fora do quadrado em seus livros e artigos?

OU ENCARAMOS A VIDA POR TREINO OU POR APEGO
Repare na diferença de quando lidamos com as duas situações a seguir. Na primeira, estamos vivendo totalmente apegados a quem parecemos ser. Curtimos a nossa posição, o nosso corpo e achamos todo o agrado que recebemos do mundo, uma coisa excelente. Não queremos de nenhuma forma perder isso. Daí acontece de um dia termos que esperar mais de meia hora por uma pessoa. Ficamos zangados e enfurecidos. Reclamamos e dizemos para todos os lados que aquela atitude era uma falta de respeito com uma pessoa como nós. Afinal de contas, somos nós. Nós. Os melhores.

Na segunda situação, vivemos apenas treinando o nosso caráter e observando as suas reações. Enxergamos no dia a dia o quão fúteis são alguns pensamentos que passam pela nossa mente. Observamos que conseguimos conquistar uma determinada posição social, mas como sabemos que tudo é passageiro, não nos importamos com ela e assumimos apenas que aquela posição é mais uma vestimenta que temos que colocar. Daí acontece de um dia termos de esperar mais de meia hora por uma pessoa. Percebemos que ficamos zangados. Ponderamos se é válido zangar-se tanto assim. Vemos se estamos perdendo algum outro compromisso importante e deixamos o ponto de encontro marcando-o para uma nova oportunidade. Sem bronquear, apenas seguimos o nosso caminho compreendendo que aquilo foi apenas um treino.

PORÉM A VIDA, PORÉM…
Não existe melhor experimento que a vida. É a gente declarar que vamos concretizar determinado projeto até o dia tal e começa a surgir um monte de coisas para serem concluídas antes dele. É vermos que estamos treinando a paciência e logo vem alguém testá-la ao máximo. Assim também somos treinados a ter mais fé em nós mesmos, prova atrás de prova. A vida é incrível. É uma máquina de geração de experiências. Daí, quando você se acha o paciente, tolerante, crédulo e dominador dos seus pensamentos, palavras e ações, acontece alguma coisa para te tirar do sério só mais um pouquinho. Chego a rir com isso. Temos que admitir que isso é algo fantástico.

Para solucionarmos esta situação, basta que entremos em estado contínuo de observação. Não estou falando de observar a vida ou ser “fiscal da natureza” não! Estou dizendo para observarmos, a todo o momento, nós mesmos. Pisaram no nosso pé? Como é o início da nossa reação? Qual é o primeiro estopim de pensamento que começa a interagir no nosso cérebro? Percebeu que do contrário, sem essa observação, o que vamos fazer é deixar que ela se desencadeie e se torne uma ação. Uma ação que pode até por em risco a vida de outra pessoa.

Tudo é prática e nada melhor do que ter situações opostas na sua vida para observar isso. Da próxima vez que alguém ultrapassar o seu limite, pense: “Ok. Isto é apenas um teste.”

Viva a vida mais feliz, só por treino. Só por hoje. Dia após dia. Juntos, seremos campeões!

 
Fonte: Insistimento

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