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sábado, 6 de julho de 2013

Inteligência emocional nas organizações


 

 

A inteligência emocional é capacidade de identificar os nossos sentimentos e das pessoas que nos cercam, base da auto-motivação e do controle das emoções dentro de nós e em nossos relacionamentos.
Com a crescente valorização do ambiente de trabalho e a sua real importância nas tomadas das decisões, a inteligência emocional surge como uma ciência de resultados consistentes e de grande aplicação no ambiente corporativo.
Este trabalho pretende mostrar o conceito de inteligência emocional, a aplicação deste estudo da psicologia com o enfoque nas organizações. Evidenciar as diferenças entre o quociente de inteligência (QI) e o quociente emocional (QE).
Aumentar os conhecimentos nesta área é com certeza desenvolver as aptidões emocionais, ferramentas que são de extrema importância para o conhecimento do administrador.
Tende como base a teoria do psicólogo Daniel Goleman, PhD pela Universidade de Harvard, este trabalho visa mostrar a importância das emoções no contexto das organizações, tornar evidente o papel do administrador nas relações.
 
A DEFINIÇÃO DE INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E SUA APLICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES
 
Frente aos desafios do mundo moderno, as empresas estão investindo cada vez mais em seus colaboradores. As organizações estão reconhecendo a importância da psicologia e aplicando seus conhecimentos para melhores resultados. O que é a inteligência emocional?
Inteligência Emocional envolve a capacidade de perceber acuradamente, de avaliar e de expressar emoções; a capacidade de perceber e/ou gerar sentimentos quando eles facilitam o pensamento; a capacidade de compreender a emoção e o conhecimento emocional; e a capacidade de controlar emoções para promover o crescimento emocional e intelectual. (Mayer & Salovey, 1997, p. 15)
 

Daniel Goleman, psicólogo PhD de Harvard, autor de Inteligência Emocional, afirma que temos dois tipos de inteligência distinta: o QI e a QE. Na melhor das hipóteses, o QI contribui com cerca de 20 por cento para os fatores que determinam o sucesso na vida, o que deixa 80 por cento por conta de outras variáveis. O QI pode lhe dar o emprego, porém, é o QE que garantirá as promoções. Isto explica como pessoas com pouco estudo ou insuficiente para o cargo que exercem, obtém resultados expressivos, alcançando os objetivos propostos, se mantendo na empresa com boa performance, ativos, com indicadores de desempenho favoráveis,devido a um alto grau de Quociente Emocional. O QI diz respeito á gerar, planejar boas idéias. O QE relaciona-se a realização, colocar em prática, ação. O QE não é hereditário, aprende-se a lidar com as emoções no decorrer da vida. As emoções fortes como raiva ou ansiedade criam um bloqueio na região frontal do cérebro responsável pelo raciocínio.

 
Qual a importância da inteligência emocional nas organizações? O que agregará a empresa? Visando ter mais competitividade no mundo capitalista as organizações vêem a necessidade de investir consideravelmente em seus colaboradores. Os lideres precisam estar preparados para enfrentar os desafios no ambiente corporativo. Os efeitos causados por um mau temperamento, trabalhadores intimidados ou ainda chefes arrogantes, são conseqüências que refletem no nível de produtividade, perdas de prazo, erros, acidentes, uma série de problemas que vão se acumulando.
O custo-benefício proporcionado pela idéia da inteligência emocional nas organizações está cada vez mais evidente. Uma pesquisa entre empregadores americanos mostrou que 50% dos funcionários carecem de motivação para continuar aprendendo; 4 em cada 10 pessoas não sabem trabalhar cooperativamente; 19% dos funcionários tem autodisciplina; 70% de todas as iniciativas fracassam devido a problemas com pessoas.
 
A idéia de colocar em pratica a inteligência emocional dentro das organizações traz controvérsias com relação aos comportamentos tradicionais de certas organizações. Ainda hoje predomina em algumas organizações visão do tipo: no trabalho deve se usar a cabeça e não o coração; a empatia e a solidariedade podem colocar em conflito as metas organizacionais; se não houver um distanciamento afetivo não é possível tomar decisões duras.
É exigido cada vez mais do líder competências em comunicação oral e escrita, capacidade de escutar, negociar, administrar conflitos, estabelecer estratégias, influenciar positivamente o comportamento das pessoas com quem trabalha. Os líderes precisam de qualidades tais como: honestidade, ética, energia, flexibilidade, comprometimento, empatia, sensibilidade, bom humor, consciência e humildade.
Como observou Shoshona Zuboff, psicóloga da Escola de Comércio de Harvard:
as empresas passaram por uma radical revolução neste século, e com isso veio uma correspondente transformação da paisagem emocional. Houve um longo período de dominação administrativa na hierarquia empresarial, quando se premiava o chefe manipulador, combatente da selva. Mas essa hierarquia rígida começou a desmoronar na década de 80, sob as pressões vindas tanto da globalização como da tecnologia de informação. O combatente da selva hoje simboliza o que as empresas eram ontem. O virtuose em aptidões interpessoais é o que as empresas serão amanhã. (Shoshona Zuboff, In the Age of the Smart Machine,1991).
 
As emoções são fontes de poder pessoal mais poderosa do que o poder de posição. Os sentimentos proporcionam informações vitais e podemos crescer todos os dias. A essência de uma vida plena de significado e sucesso é estar sintonizado com o nosso interior, conseqüentemente, estimulando para os outros o EU REAL, ativado pelos nossos valores mais profundos.
O líder precisa estar consciente de suas responsabilidades, deve e pode influenciar sem manipulação e sem autoridade. O líder inteligente emocionalmente tem consciência de seus hábitos e das pressões que sofre no cotidiano. Aprendendo sempre a perceber, relacionar-se, inovar, priorizar e agir de maneira que leve em consideração a valência emocional, em vez de depender somente da lógica, do intelecto ou do pensamento concreto.
O ambiente de trabalho é fator de grande importância para o aumento da produtividade, satisfação pessoal. Imagine um grupo de trabalho onde as pessoas não podem expressar sua raiva e não é sensível ao que sentem as pessoas à sua volta. Com certeza esse grupo de trabalho será improdutivo: quando as pessoas estão emocionalmente perturbadas, elas não acompanham, não aprendem nem tomam decisões com clareza.
Gardner explora a dimensão da inteligência pessoal, suas teorias enfatizam a percepção, a compreensão de si e dos outros e na relação com os outros. Gardner após dez anos da publicação de sua teoria destaca as inteligências inter e intrapessoal.
 
Inteligência interpessoal é a capacidade de compreender outras pessoas: o que as motiva, como trabalham, como trabalhar cooperativamente com elas. As pessoas que trabalham em vendas, políticos, professores, clínicos e líderes religiosos bem-sucedidos provavelmente são todos indivíduos com altos graus de inteligência interpessoal. A inteligência intrapessoal... é uma aptidão correlata, voltada para dentro. É uma capacidade de formar um modelo preciso, verídico, de si mesmo, e poder usá-lo para agir eficazmente na vida. (Howard Gardner, Multiple Intelligences: The Theory in Practice, 1993, p. 9)
É o líder o formador de valores, guia e receptor da inteligência emocional. Sabe que esta sendo observado, mesmo de longe, notado nos mínimos detalhes do seu discurso, gestos, sentidos e comportamentos diários que são percebidos, interpretados e lembrados por quase todos com quem se relaciona.
Os lideres que desenvolvem a inteligência emocional são visionários, possuem empatia, procura o desenvolvimento dos outros, autoconhecimento, permite a colaboração, tem iniciativa, autocontrole, são autoconscientes.
 

A ARTE DA CRÍTICA
 
O feedback é uma das aptidões emocionais de grande relevância. O feedback possibilita a troca de informação, permite as pessoas saberem se seus trabalhos estão sendo bem executados, se precisam aprimorá-las, melhorar ou reformular totalmente. A ausência de feedback faz as pessoas ficarem no escuro, não tem idéia de como o chefe está avaliando seu trabalho, o que é esperado.
A crítica é uma das mais importantes tarefas do administrador. Entretanto, poucos dominam bem esta difícil arte. A eficiência, a satisfação e produtividade das pessoas no trabalho dependem de como lhe são transmitidos os problemas incômodos.
As críticas são muitas das vezes expressas mais como uma forma de ataque pessoal do que como uma reclamação específica. Há certas agressões que trazem consigo forte carga de repugnância, sarcasmo e descaso. Este tipo de atitude provoca nas pessoas o retraimento total, resistência passiva provocada pelo sentimento de ter sido injustamente tratado.
Uma das criticas mais destrutiva no local de trabalho é a declaração generalizada. Ela deixa a pessoa que recebe impotente e com rancor. Esta crítica demonstra ignorância acerca dos sentimentos que serão provocados nas pessoas que recebem e nas conseqüências que refletirá em sua motivação, energia e confiança na execução dos trabalhos.
A maioria dos problemas no desempenho de um funcionário não surge rapidamente, quando o chefe não avalia imediatamente o que está acontecendo, vai levando um acúmulo de frustração. Algum dia irá explodir. Se desde o início a crítica tivesse ocorrido, o funcionário teria corrigido o problema e evitaria todo este conflito. É preciso utilizar a crítica de maneira inteligente, não deixando para fazê-la apenas quando já estiver "transbordando".
A crítica hábil é construtiva, possibilita a pessoa saber realmente suas deficiências e permite a ela trabalhar para alcançar um melhor desempenho. Essa crítica concentra-se no que a pessoa fez e no que pode fazer, ignorando algum traço do caráter da pessoa num trabalho malfeito.
É preciso fazer algumas observações para que as críticas sejam produtivas: ser especifico, é preciso ser claro e objetivo, concentrar-se nos detalhes, dizer exatamente qual o problema, o que está errado; oferecer uma solução: a crítica deve ser acompanhada de uma sugestão, pois assim possibilita a pessoa que recebeu ter maiores alternativas; fazer a critica pessoalmente, as críticas são mais efetivas em particular, pois cara-cara possibilita a pessoa responder ou prestar algum esclarecimento; ser sensível, a empatia é uma das aptidões que possibilita a pessoa estar sintonizado no impacto que provoca com o que é dito e como você diz pessoa a quem se dirige.
 

TRABALHO EM GRUPO

Peter Drucker já dizia que são as equipes e não os esforços de um individuo que constituem a unidade de trabalho. A reunião é com certeza uma das mais comum forma de trabalho em equipe. Daniel Goleam observa que a hierarquia explicita constitui o esqueleto da organização, enquanto que os pontos de contato humano são o sistema nervoso central.

Sempre que as pessoas se reúnem para partilhar idéias há sempre num sentido concreto um QI de grupo, que nada mais é que a soma dos talentos e aptidões dos envolvidos. O êxito deste grupo dependerá do nível desse QI.
É de fundamental importância destacar que para alcançar um alto QI de grupo é preciso haver uma harmonia entre os membros, essa harmonia tornará o grupo mais talentoso, produtivo e bem sucedido. A capacidade dos participantes de criar um clima de harmonia interna faz com que o talento de cada um seja aproveitado.
 
Muita das vezes para realizar determinadas tarefas é preciso recorrer a outras redes de trabalho. Essa equipe, mesmo que temporária, é um fator crucial para o sucesso no trabalho. Numa pesquisa feita com engenheiros e cientistas de níveis brilhantes e medianos dos Laboratórios Bell, procurou-se saber por que alguns se destacam, enquanto que outros continuavam na média. A pesquisa concluiu que ambos possuíam elevado QI, o talento acadêmico não era um bom previsor de produtividade no trabalho. Revelou-se o que fazia diferença era que os brilhantes tinham uma rede de pessoas chaves a qual mantinham relacionamento. As coisas tendem a fluir mais para as pessoas que investem no cultivo de bons relacionamentos, essas pessoas podem ser úteis nos momentos de emergência. Um profissional médio dos Laboratórios Bell quando apresentava seus projetos entrava em contato com os gurus técnicos e ficava aguardando o retorno, quando não tinha resposta ficava frustrado. Os profissionais excepcionais raramente enfrentavam tais situações, pois já tinham montado redes confiáveis, quando ligavam recebiam a resposta rapidamente.
 
A organização em si é formada para estabelecer os problemas previsíveis, quando surgem os imprevistos, a organização informal mostra a sua importância.
A inteligência emocional é uma ciência que pode ser adquirida e, portanto pode ser aplicada. Há de se observar certos traços dos lideres que desenvolvem a inteligência emocional:
 
Equilíbrio: Habilidade em que o líder sabe onde está pisando; Paixão: Aptidão que estimula a avançar, essa força que tonifica a vida; Controle: Capacidade para manter o domínio firmemente, possibilitando lidar com ambiente e as pessoas através da autodisciplina; Amor: Disposição para unir as pessoas, estimulando-as para trabalhar lado a lado, incansavelmente; Individualidade Firme: Competência para amar a si, isso significa defender sua singularidade pessoal; Lealdade Inabalável: Sendo leal, somos conscientes da vida dos outros seres humanos e demonstramos ao outro o mesmo afeto que sentimos por nós; Honestidade Consciente: Gostar da verdade; Comunicação: Nosso elo com os outros para compreender e ser compreendido. Os grandes mestres são excelentes comunicadores; Informação: Nosso antídoto para as incertezas. Se nos falta o poder da informação, sofremos de ignorância; Transcendência: Fonte de poder que representa o desapego, a liberdade que é dada aos fatos e assim deixamos de temer o futuro, proporcionando fé e esperança de que a nossa vida e a dos outros tem significado.
O desenvolvimento da inteligência emocional possibilita a aplicação do conhecimento não só no trabalho, mas também em casa, nos relacionamentos com os amigos, familiares. Uma ferramenta que permite as pessoas terem uma vida mais saudável.
 

CONCLUSÃO
 
O termo inteligência emocional pode até ser desconhecido por muitas pessoas, mas sua aplicação é conhecida e sem dúvida é um conhecimento de fundamental importância ao administrador.
Através da exposição de todas estas informações, a emoção é inegavelmente uma das variáveis de grande expressão nas organizações. Com a competitividade do mundo globalizado, as empresas estão investindo na formação de lideres cada vez mais capacitados, pois a liderança eficiente consegue suavizar os conflitos, alinhar idéias e mostrar resultados consistentes na lucratividade.
O administrador que quer conquistar seu espaço no mercado deve ater-se a esta ferramenta. Buscar aumentar seu QE, pois o controle emocional possibilita uma visão multifocal das situações, uma aptidão de aplicação tanto na vida profissional quanto na pessoal.
 
Fonte: Administradores

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